quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

JOSÉ LUÍS TAVARES – DUPLAMENTE FELICITADO!

Pela passagem dos seus septuagésimo quinto aniversário natalício, que hoje comemora, aqui expresso a José Luís Tavares, um forte abraço de parabéns, extensivo à senhora sua esposa e familiares.Entretanto, também exprimo o meu reconhecimento pelo facto de me ter oferecido a sua última produção literária autografada ALMADA MINHA, obra que também me diz muito. Ao lê-lo, minuciosa e atentamente, mal sabia eu que iria gostosamente recordar lugares por onde passei no princípio da minha vida profissional (e simultaneamente da minha vivência juvenil)…
Mas vamos ao que interessa: José Luís Moreira Tavares, de seu nome completo (nasceu neste dia de 1936, em Vila Nova de Gaia), ao editar este livro leva a recordar a Almada de anos idos, tempos em que a vida era bem mais dura do que a actualidade, com graves problemas para os portugueses, face ao atraso com que se vivia numa época onde as carências eram bem maiores do que a mais simples aspiração de se ter uma vida melhor e mais saudável. Recorda lugares, pessoas e factos que marcaram uma época, carregada de história que se respeita e admira pelo contributo dado a conhecer às gentes de agora, pese embora o pouco interesse que isso possa representar para grande parte dos mais jovens. Mas é, sem dúvida, um documento inédito, simples e gratificante para as pessoas que viveram esses tempos que saudosamente ali se evocam com oportunidade, rigor e fidelidade. Bem-haja, pois, por esta esplêndida rememoração de paisagens que conheci e percorri há perto de sessenta anos…
É-me grato referir que José Luís Tavares, para além das suas excelsas qualidades intelectuais, é um homem de forte carácter, altruísta, sério, competente e amigo do seu amigo. Na área do desporto, além de praticante de atletismo, onde ganhou títulos regionais e nacionais, foi Árbitro de futebol, tendo atingido a primeira categoria nacional, e exerceu diversos cargos que muito prestigiou, como, por exemplo, o facto de ter dado um impulso impar à APAF-Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, a partir de 1995, quando, com a sua fantástica equipa, liderou a reconquista do espaço a que os Árbitros de Futebol tinham por direito próprio no meio futebolístico.
Principal fomentador da criação dos Núcleos de Árbitros de Futebol em Portugal, criou o NAFAS, o Núcleo de Almada e Seixal, fundado em 12.01.1960, entidade que ainda hoje mantém vivacidade, afazeres profícuos e muito crédito. Foi, ainda, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, com notável labor produzido não só aqui como noutras colectividades a quem prestou os seus valiosos e graciosos préstimos.
A atestar os seus princípios éticos e admiráveis virtudes recebeu distinções que muito o dignificaram. Sócio de Mérito da Incrível Almadense, do Núcleo Almada e Seixal, da APAF e da Federação Portuguesa de Futebol. No seu historial bibliográfico consta a publicação dos seguintes títulos: 1994-Alma de Almada, 1998-NAFAS, 40 anos ao serviço da formação social e desportiva e 2002-Simplesmente Campeão Nacional. Uma curiosidade: Numa manhã de domingo, no antigo Estádio da Luz, José Luís Tavares dirigiu um jogo que jovens, salvo erro um Benfica-Estoril, que viria a ser o último do seu brilhante percurso na arbitragem. E eu estive lá, a assistir ao desafio com o meu saudoso irmão! Quando suspendeu a sua qualidade de sócio da APAF-Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, isto em 2000, depois de ter sido seu presidente (06.01.1995 a 03.01.1997) teve a amabilidade de me enviar uma simpática carta de reconhecimento pelo trabalho que desenvolvi e os exemplares procedimentos que para com ele sempre tive, atitude que muito me emocionou. Estou convicto de que em breve voltará ao seio da Associação, já que personalidade com este dom e perfil não pode deixar que o seu lugar continue desabitado, amorfo e sem vida. Entretanto, como disse anteriormente, esta obra despertou-me para um passado agradável e isto porque, com dez anos de idade (1952), com a escolaridade obrigatória cumprida iniciei-me no mundo do trabalho numa loja da Travessa Nova de São Domingos, ao Rossio, cujo dono João Mourão, assim como a minha família (meu pai, Viriato, minha mãe, Dª Ester e meus irmãos, Fernando e Ivone), morávamos na mesma Rua Cecílio de Sousa, ao Príncipe Real, locais situados na Cidade de Lisboa. Como a firma fornecia artigos diversos à Base Naval do Alfeite, margem Sul do Tejo, e era eu que lá ia levar, utilizava, por vezes, a lancha da Marinha que fazia a carreira directa entre Lisboa e aquele estabelecimento militar. Quando isso não acontecia tinha que atravessar o rio nos “cacilheiros” (barco de transporte de passageiros, de carga e de viaturas, como autocarros, automóveis e carroças) até Cacilhas e daí apanhar o transporte público que me levasse até ao destino para entregar a mercadoria. Quanta saudade desses caminhos, desse tempo, dessa gente, pois ainda me recordo dum contínuo daqueles serviços da Marinha de Guerra Portuguesa, o sr. Valido, que tinha em cima na sua secretária um fragmento de um avião que tinha caído perto da praia da Caparica… E do cheiro enjoativo que se respirava na Cova da Piedade, onde teria que descer para ir, a pé, até ao Arsenal. E os desafios de futebol que participei no velhinho campo do Ginásio Clube do Sul a convite de um director do Grupo Desportivo do Cristo Rei, equipa que representei… Ai, ai, que saudades, ai, ai… (como diria o sempre lembrado e saudoso Carlos Pinhão). Quanto à parte técnica deste livro de 64 páginas, profusamente ilustrado, direi que foi publicado em Outubro de 2010, e teve a colaboração de Fernando Barão, Luís Milheiro e Vítor Soeiro (fotografias), Miguel Pinto (montagem da capa e recuperação de fotografias), João da Cunha Dias (preparação, pré-impressão e revisão). A Triunfadora-Artes Gráficas, Ldª (impressão e acabamento). Edição do autor. Fotos: A preto e branco: do livro. A cores: convívios com amigos. Azul: Boletim O Árbitro, Junho de 1973. O poema seguinte é da sua autoria, publicado em Outubro de 1977.

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande homem, grande envergadura moral,que a todos inspira. PARABÉNS.
António Taia