terça-feira, 14 de outubro de 2008

ANTÓNIO BRITO FALA DO SEU LIVRO

Cumprindo o programa que os responsáveis da Biblioteca-Museu República e Resistência idealizam levar a efeito sobre o ciclo de conferências Memórias Literárias da Guerra Colonial, realizou-se no passado dia 9, quinta-feira, mais uma palestra que arregimentou muitos interessados no tema, por histórico e aliciante, e, também, estar ainda bem patente na vida daqueles que coabitaram com esses tempos. Apresentado por José Paulo Sousa, o autor passou a desenvolver, muito por alto, o conteúdo da sua obra de ficção, que basicamente se reporta ao dia-a-dia do soldado, oriundo da metrópole, que foi mobilizado para Moçambique, onde combateu, sofreu e sobreviveu às mais degradantes condições que os ditadores de então lhes “ofereceram” a troco, eventualmente, da própria vida. Coisa de somenos, direi eu… -António Brito-
Foi uma sessão, aberta a quem quisesse intervir e muitos dos presentes fizeram-no contanto factos reais, passados na primeira pessoa, ora culpando o governo da altura ou os próprios oficiais que os comandavam (muito pouco e sem qualquer sentimento humano), assim como a descolonização nos moldes que não lhes agradou, enfim, uma noite de recordações (boas e más) de feitos heróicos e de troca de experiências quanto ao stress de guerra e as mutilações que muitos vieram a sofrer no próprio corpo. -José Paulo Sousa-
António Brito, que serviu as tropas pára-quedistas como soldado e naquela que foi província ultramarina portuguesa, respondeu a todas as questões com calma e objectividade, comentando partes do livro com a sua opinião abalizada e experiente. Gostei. Mais direi que António Brito também está a liderar um projecto de recolha de assinaturas para serem presentes a quem de direito na esperança de fazer regressar à Pátria os restos mortais dos companheiros que caíram em África e que ainda lá se encontram, nalguns casos sem a dignidade de quem deu a sua vida por Portugal! Nesta sessão também intervim dando os parabéns ao escritor e muitos outros seus colegas por tomarem a iniciativa de registaram os acontecimentos porque passaram e que, afinal, fazem parte da história de Portugal. E até contei uma pequena história para alegrar o ambiente, pesado que estava com as convicções e discrepâncias que foram surgindo – os prós e contras – que, como se sabe, aparecem sempre nestas alturas. O episódio é o seguinte: Quando segui para África, junto com centenas de camaradas de armas no mesmo navio, reparei que um deles tinha uma tatuagem num dos braços que dizia: OU MATO OU MORRO! Logo inquiri se ia com ideias de valentia e coragem, face a tão radical manifestação. Respondeu-me que não, que era somente um aviso, isto é, se a guerra se desenrolasse no morro corria logo para o mato, se a guerra fosse no mato fugia para … Houve risada geral, claro!

Entretanto, dou conta que estão marcadas outras conferências na referida Biblioteca, na sua sede, sita na Estrada de Benfica, 419, em Lisboa, às quintas-feiras, com início às 19H00. A saber:
Outubro, dia 16, Leonel Pedro Cabrita, dia 23, Mário Beja Santos e dia 30, Cristóvão Aguiar.
Novembro, dia 13, João Gualberto Estrela e dia 20, António Bracinha Vieira.

Contactos de António Brito: antoniobrito@msptx.com
e http://www.antoniobrito.com/

1 comentário:

Anónimo disse...

Prezado Alberto,

não o conheço, mas acho interessante um blog dedicado à arbitragem. O problema é que, assim como o Coelho, suas opiniões só são favoráveis, a exemplo do artigo comemorando um ano na direção da CA-CBF do seu amigo, "coincidentemente" o campeonato em que houve mais resultados roubados por árbitros na história dos pontos corridos, sempre em favor de Palmeiras-Traffic e Gremio, incluindo o malfadado campeonato de 2005, que a CBF fez voltarem os jogos para dar o título ao Corinthians